Terça-feira, 18.08.09

 

Há já mais de um mês que não partilhava sabedoria.

 

Estive uma semana num país subdesenvolvido a usufruir das suas belezas naturais e a promover o fosso que separa as nações do terceiro mundo de… Portugal (estive mesmo mesmo para escrever “países desenvolvidos” mas reparei a tempo). As outras três semanas e tal passei-as na banheira da gaja à procura do champô. Percebi que não é fácil de encontrar. Já explico.

 

Ora bem! Por norma um tipo consegue reconhecer uma banheira. É uma tina (outrora branca) com um chuveiro pendurado numa extremidade, ou então, é um espaço onde o tapete antiderrapante é verde-abacate, tem ventosas em formato estrela-do-mar e faz pandant com as cortinas de banho desenhadas com golfinhos e quartos minguantes.

 

Existem portanto, diferenças mais ou menos evidentes entre as nossas banheiras e as das gajas. É no entanto, ao afastar os cortinados que a desordem se instala definitivamente nas nossas mentes. A banheira de uma gaja tem mais cores que um filme de animação da Pixar. São centenas de recipientes de todas as formas e tamanhos, ordenados pela quantidade de PH do maior para o mais pequeno, numa barafunda cromática só comparável a uma aurora boreal vista por um daltónico sob o efeito de alucinogénicos.

 

Champô de frutinha, creme hidratante, óleo de ameixa, amaciador tropical, gel abrilhantador, sais de banho, máscara reparadora de cebolinha do campo, condicionador, champôs coloridos para cabelos coloridos, secos, estragados, caracóis perfeitos, com bicho, caspa, queda e brilho intenso. As mulheres tem tanta porcaria para enfiar na cabeça que até os piolhos tem um couro cabeludo liso e sedoso e dizem uns para os outros “porque você merece”.

 

Elas conhecem todas as especificidades de todos os produtos. Mesmo com os olhos cerrados e a cara cheia de espuma, alcançam a embalagem que pretendem num braço que se estica abençoado pela certeza que os dedos vão abraçar o recipiente exacto. Milagre!

 

Eu precisei de me ajoelhar todo nu em frente às embalagens, ler atentamente as letrinhas pequeninas e os códigos inexactos como “moisturising com micro ceras que nutre e protege”. Fiquei 15 dias até perceber que “aquilo das frutas” era para meter no cabelo. Meti.

 

Mas não sem antes utilizar um produto que era roxo. Um roxo que só voltei a ver no filme Men In Black, numa cena onde um extra terrestre explode e projecta uma nhanha alienígena para a cara do Will Smith. Julgava que era champô e só estranhei quando percebi que não fazia espuma na cabeça e sem espuma na cabeça não consigo lavar o resto do corpo. Não me fez mal. Duvido que tenha feito coisa alguma.

 

Tempo de tirar ilações. Gajos, é o seguinte! Façam a vossa vidinha sempre munidos de um pacote de gel de duche. Saquem de um hotel ou coisa parecida. Vai provar ser tão ou mais fundamental do que andar com um preservativo na carteira. Ambos servem o mesmo propósito. Não arranjar chatice depois do sexo. O preservativo pelas razões lógicas e também pelas doenças. O gel porque poupa uma eternidade no duche e em consultas oftalmológicas (a nossa visão só não sofre danos permanentes porque temos uma menina nos olhos!).

 

Situação hipotética: Engatei uma gaja. Não tinha preservativo. Disse maravilhas do serviço nacional de saúde e a coisa resolveu-se com um bico.

 

Outra situação hipotética: Engatei uma gaja. Não tinha pacotinho de champô. Fui deserdado por não aparecer nos últimos três natais.

 

A escolha é vossa!

 

 

PS: Uma pesquisa rápida no mestre Google e tudo se resolve. Gajas! Ajudem-nos lá e toca a munir o lavabo com o seguinte produto:

http://www.jardimverde.pt/catalogo/detalhes_produto.php?id=2642&area=1

Mais frasco menos frasco…




Aqui as perspectivas são diferentes… tão diferentes quanto um gajo e uma gaja podem ser
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